NOTA ACERCA DO ARTIGO DO THE INTERCEPT QUE CITOU O IBDR
Tendo sido o Instituto Brasileiro de Direito e Religião (doravante, IBDR) citado em artigo sob o título “Quem são os evangélicos calvinistas que avançam silenciosamente no governo Bolsonaro?”, publicado pelo site The Intercept, os CONSELHEIROS do IBDR vem a público a fim de prestar alguns esclarecimentos necessários.
O IBDR é um think tank formado por juristas, teólogos, filósofos e cientistas sociais de diversos ramos do conhecimento, e que tem por objetivo produzir conteúdo que ofereça aos seus associados e seguidores conhecimento e instrumentos que sejam eficazes para equipá-los na atuação da vida acadêmica, política ou pública no serviço ao nosso país e aos seus cidadãos.
No referido artigo, foi mencionada a visita feita ao Presidente da República por Franklin Ferreira, diretor geral do Seminário Martin Bucer e conselheiro e Secretário Geral do Conselho do IBDR, na qual se discutiu a imunidade tributária para as doações de obras missionárias no exterior. No contexto, o autor afirmou sem provas que o pastor Franklin Ferreira atua na defesa política e teológica do atual governo.
Informamos que na visita ao Presidente Jair Bolsonaro em julho do ano passado estavam também presentes os nossos conselheiros Dr. Thiago Vieira, Presidente do IBDR, assim como Dr. Jean Regina, 2º Vice-presidente e Dr. José do Carmo de Oliveira Veiga. Na pauta da reunião estavam outros assuntos do interesse de instituições religiosas, dentre eles a citada imunidade para doações missionárias para o exterior.
Esclarecemos, contudo, que esse tipo de atuação do IBDR se dá no âmbito de assessoria a autoridades públicas acerca de temas legislativos, acadêmicos e sociais que dizem respeito ao nosso espectro de conhecimento técnico. Somos um grupo cristão de católicos e protestantes que, como o próprio nome do Instituto propõe, busca melhor compreender e conciliar o Direito e a Religião com suas múltiplas aplicações nas várias esferas da sociedade. O IBDR não representa partidos, e nem atua em prol de qualquer político, seja por meio de militância ou através de defesa acadêmica e intelectual.
Ademais, a afirmação do autor do artigo de que a participação de pastores calvinistas no governo fere a laicidade do Estado, ainda que discreta, é descabida e ignora o significado de laicidade - que no Brasil é colaborativa com a fé, de acordo com o artigo 19, I da Constituição. Estado laico não é sinônimo de Estado ateu e nem da ausência de religião na sociedade ou de religiosos na vida pública e política. O envolvimento dos religiosos na composição do atual governo, destarte, não representa nenhum tipo de ameaça ao Estado laico.
Lamentamos profundamente a falta de conhecimento, de seriedade e compromisso com os fatos por parte do autor da publicação, a ponto de até mesmo fantasiar confabulações entre o grupo religioso identificado por sua teologia – e que tem suas origens na Reforma protestante do século 16 – e a gestão presidencial.
Reafirmamos nosso compromisso com a verdade e com o trabalho sério do IBDR, que tem como máximo objetivo o bem da nação através da defesa e disseminação de boa doutrina nos diversos campos de estudo relacionados à nossa atuação, bem como de sua aplicação ética para a consecução do bem comum.
DAVI CHARLES GOMES |Presidente do Conselho Deliberativo do IBDR;
FRANKLIN FERREIRA | Secretário geral do Conselho Deliberativo do IBDR;
THIAGO RAFAEL VIERA | Presidente da Diretoria Executiva do IBDR;